Análise da Pick #94: Josiah Deguara

Com a escolha de número 94, na terceira rodada do NFL Draft 2020, os Packers selecionaram o TE Josiah Deguara de Cincinnati. A última escolha da franquia no segundo dia de draft, nesta sexta-feira (24), trouxe mais uma vez surpresa aos torcedores. Para muitos, indignação ao não ver as necessidades em WR, LB e OL sendo supridas com as escolhas mais altas do time.

Deguara é um redshirt senior de 23 anos, 1.90m, 108kg, que durante seus quatro anos em Cincinnati somou 92 recepções para 1117 jardas e 13 touchdowns. Tal marca em recepções é o recorde da universidade para um TE. As 504 jardas obtidas na temporada de 2019 o coloca também como o segundo da posição na escola a quebrar a marca de mais de 500 jardas obtidas em uma única temporada, feito antes obtido por uma das atuais estrelas da NFL, o TE do Kansas City Chiefs Travis Kelce.

Josiah Deguara é um jogador competitivo, resistente, que nunca desiste de uma jogada. Seja trocando empurrões nas trincheiras, ou com a bola nas mãos estendendo jogadas, quebrando tackles e arrastando bloqueios, ou correndo 70 jardas para tacklear o defensor de UCLA que interceptou um passe, evitando assim uma pick six. Não é um jogador de características físicas em termos de tamanho, envergadura e capacidade atlética fora da normalidade. Bem comum nesse aspecto, precisando inclusive ganhar mais massa muscular para conseguir melhores bloqueios na liga profissional. Entretanto, seu esforço bloqueando, se movimentando para achar espaço para o melhor bloqueio e trabalho de pés são formidáveis. Segue abaixo uma tabela com o posicionamento do jogador durante a temporada de 2019.

PosiçãoSnaps
In-line TE468
Slot WR293
Wide11
Backfield10

Em relação ao potencial ofensivo, Deguara é bem versátil. Tem experiência correndo rotas em todos os níveis do campo e boa leitura da cobertura defensiva, corrigindo sua rota de acordo com a marcação. Suas mãos são firmes e seguras. Possui habilidade consistente para agarrar a bola mesmo sob contato da marcação adversária, mas apresenta alguma dificuldade para ganhar separação contra o contato inicial. Suas habilidades como recebedor são melhores contra soft coverage ou zona, mas também é confiável em jardas curtas para checkdowns e tem atleticismo suficiente para esticar o campo em rotas verticais. Podemos conferir no vídeo abaixo algumas de suas características acima citadas.

Após sua escolha pelos Packers na noite de ontem (24), alguns insiders americanos conjecturaram que Deguara seria um substituto para o fullback ex-Packers, agora em New England, Danny Vitale; jogando como um half-back. Do ponto de vista de um torcedor “pistola” com as escolhas deste draft até aqui (QB Jordan Love, RB AJ Dillon e TE Josiah Deguara) é totalmente inadmissível um GM fritar uma escolha de terceira rodada em um substituto de fullback subutilizado pelo LaFleur na temporada passada. Ainda mais em um prospecto cotado para sair no quinto ou sexto round deste draft em diversos boards.

Assumindo a persona do torcedor comedido, com a cabeça mais fria, tentando assimilar a pick da melhor maneira possível, analiso a escolha como: é, ok. Agora temos um TE2 para se desenvolver ao lado do Jace Sternberger (tight end também draftado na terceira rodada), com potencial melhor em bloqueios que não deixa a desejar como recebedor. Falta polimento em algumas características, mas se demonstra um prospecto razoável a médio/longo prazo.

Agora interpretando o torcedor superotimista (se é que existe algum neste momento) que acredita em superstição, alinhamentos astrais e coincidências estapafúrdias: veio da mesma universidade, é da mesma posição, compartilham os melhores stats; draftamos o próximo Travis Kelce.

Deus me livre, mas quem me dera!

(Foto: Reprodução Site Oficial/Universidade de Cincinnati)

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