OLÁ A TODOS QUEIJOS E QUEIJAS!
Eu sei que esse título pode ser um pouco assustador à primeira vista, poucas semanas após o draft muito questionável que nós fizemos, porém, vamos com calma. Andy Herman, editor do Packer Report e criador do Pack a Day Podcast, escreveu essa semana um texto muito interessante sobre um possível cenário, bem específico e pouco falado até então, em que uma troca envolvendo Aaron Rodgers no começo da temporada 2021 poderia ser vantajosa para Green Bay.
Primeiramente, vou apresentar de forma resumida esse cenário mostrado por Andy, destrinchando as informações e depois irei dar minha opinião sobre, explicando meus pontos de vista sobre o cenário e suas condições. ENTÃO BORA LÁ!
(Foto: Reprodução Oficial/ Twitter Green Bay Packers)
Possível cenário
A escolha do quarterback Jordan Love na primeira rodada no Draft, por mais divisiva que seja, vem embutida com uma explicação óbvia de imediato: Love fica se desenvolvendo como backup por alguns anos até o fim do contrato de Aaron Rodgers (2024) ou ele se aposentar, e só então, viraria o QB titular do time com mais idade e mais moldado. Porém, nessa explicação senso comum, além de Green Bay não aproveitar um quarterback barato, abrindo espaço do salary cap para outras posições, o time não sentiria um grande impacto positivo no presente/futuro próximo, que é exatamente o objetivo de uma escolha de primeira rodada.
Uma troca em quase todas as possiblidades também estaria fora de cogitação, pois o dinheiro garantido que Rodgers possui iria queimar o espaço aberto de ter um QB calouro. Mas eu disse em quase todas possiblidades, pois existe uma única alternativa que teríamos o lado positivo dessa escolha quase imediatamente, e esse é o cenário apresentado por Herman: Trocar Rodgers no começo da temporada de 2021. Vamos explicar.
Se Green Bay trocasse Rodgers até o terceiro dia de calendário da liga em 2021, isso abriria uma janela para o contrato do camisa 12 sair da folha de pagamento para os anos seguintes. Trocando ele até essa data, isso iria absorver US$ 31,556 milhões na folha salárial, que é um número muito grande, mas salvaria quase US$ 5 milhões para temporada, e com o Jordan Love jogando como titular a US$ 3 milhões, os Packers teriam um "lucro" de um pouco mais de 1 milhão no salary cap do time. Tudo isso por causa do novo teto salarial que entrará em rigor.
Bom, inicialmente, não parece nem uma vantagem, uma escolha de primeira toda incerta de sucesso por causa de um pouco mais de 1 milhão de dólares? Não parece inteligente. Todavia, a questão dessa troca até o terceiro dia é que, fazendo isso, ficamos totalmente livres de pagar qualquer coisa para Rodgers nos anos de 2022 e 2023, e isso abriria a janela de um QB titular ganhando entre US$ 3-4 milhões nesses anos e teríamos um grande espaço salarial aberto até 2024, o que facilitiria a renovação de outros nomes importantes pro time, e Herman cita cinco: Linsley, Bakhtiari, King, Clark e Aaron Jones.
Um importante adicional é que independentemente da temporada de Rodgers, ele ainda estaria com um valor muito alto, basta ver o contrato que Tom Brady, muito mais velho e rendendo menos que Aaron, recebeu em Tampa. Portanto, além da economia na folha, ter um QB titular pagando muito pouco, ganharíamos duas ou até mais escolhas bem altas nos drafts seguintes.
Então o cenário está apresentado, mas para ele ser realmente viável são necessárias 3 grandes condições. São elas:
Jordan Love mostrar que é "o cara" imediatamente.
Essa é a mais óbvia de todas. Se Jordan Love não mostrar o necessário no training camp de 2020 e durante a rotina depois que a temporada começar, então nada disso importa, pois o front office não tera a confiança necessária para trocar um futuro Hall of Fame para um incerto.
Na grande maioria das vezes, os times sabem logo no primeiro ano se o quarterback vai ser o cara ou não, exemplos como Mahomes, Wilson, Jackson e Prescott mostram isso. E sabendo que o senso comum é que Love ainda é um projeto, essa condição é, sem dúvida alguma, a mais díficil de acontecer.
(Foto Reprodução Twitter Oficial/USU Football)
Rodgers continuar no mesmo nível.
Essa é uma condição interessante, se Aaron Rodgers voltar ao nível absoluto de MVP (podemos citar o ano de 2016 como último ano que isso ocorreu) e for o responsável por uma grande corrida ao SB, então dificilmente os Packers iriam cogitar essa troca. Caso ele se machucasse ou sofresse uma queda de nível como a de Peyton Manning em seu último ano, então seu valor de troca ficaria extremamente baixo, sendo mais vantajoso mantê-lo, mesmo com a dúvida de um ano atípico ou não.
Todavia, caso ele mantivesse o nível das duas últimas temporadas, então seu preço continuaria extremamente alto e o time se sentira mais livre para fazer a troca.
Achar um comprador com uma proposta irrecusável.
Essa última condição também é bem óbvia. Para uma troca dessas acontecer, Green Bay precisaria achar o time disposto a dar essas escolhas altas de draft pelo quarterback. No momento, muitos times estão com apostas na posição, e caso elas não se paguem, estariam dispostos a ir atrás de um jogador vencedor e experiente para colocar na principal posição do jogo. Os Jaguars são um exemplo, com um time se renovando, com bastante salary cap e muitas escolhas altas em 2021 graças a troca de Jalen Ramsey. Caso "Minshewmania" desaponte em 2020, podemos ver a última temporada de Rodgers em Titletown.
OPINIÃO SOBRE O CENÁRIO
É muito complicado separar paixão da razão em situação como essa, e isso para os dois lados. Existe a paixão pelo melhor quarterback que já pisou na NFL, existe a paixão pelo seu time e com isso querer provar que sua administração não fez uma escolha errada no draft, mas devemos tentar ver ponto a ponto tudo isso.
Todos os times que venceram Super Bowl recentemente não tinham quarterbacks entre os mais bem pagos, ter um bom salary cap pra renovar com jogadores essenciais, como Clark e Bakhtiari, além de investir no resto das posições é de extrema importância, o que é um lado positivo caso o cenário vire real. Porém, tudo depende de contexto, explicações factuais sobre determinada situação.
Lendo as condições, é impossível discordar que, caso todas elas aconteçam exatamente desse jeito, seja algo completamente positivo pro time. Entretanto, quando estamos no ambiente da (praticamente) total suposição, quase nada palpável e factual, com tantos "se" envolvidos, não olhar e enxergar mais desses mesmos "se", inclusive dentro das próprias condições que são perfeitas caso ocorram. Lembrando sempre que o que está em jogo com tanto "se" é imensurável.
Na primeira condição, supondo que dê certo, que o staff veja em Love "o cara" pronto para ser o franchise QB. Mas E SE a gente faça a avaliação errada? Herman cita os exemplos positivos, das avaliações corretas, mas temos o mesmo número de casos em que QBs que todos dentro da franquia achavam que seriam esse cara e não foram.
Atlanta julgou que Favre não era o cara certo, mas depois virou uma lenda em Green Bay. Os Rams tinham certeza que Goff seria o cara (claro que a parte contratual está pesando), mas hoje é um dos maiores problemas em todos os quesitos em Los Angeles. Os Titans eram certos de Mariota, e agora estão pagando 30 milhões por ano em um veterano que sempre foi na média. Com tanto que está em jogo e com todas as suposições, e se Jordan Love mostrar que está pronto, mas não estiver? Teremos o dinheiro, as escolhas, mas não o quarterback.
Vendo a segunda condição, podemos pensar que realmente faz 4 anos que Rodgers não joga a nível de MVP. Entretanto, nem sempre os números em si representam o que se passa. Mesmo com "poucos" touchdowns, em um time completamente em colapso de Mike McCarthy, Rodgers foi eleito pela própria NFL o 8º melhor da temporada.
Em 2019, fez parte de um time com outra mentalidade, com muitos touchdowns terrestres, um playbook totalmente novo e comprovadamente com um corpo de recebedores abaixo da média. Podemos lembrar aqui que o principal argumento para a queda monstruosa na produção de Jordan Love na última temporada do college foi o fraco apoio em sua volta, ou seja, talvez ela tenha a mesma dificuldade com os jovens recebedores que Rodgers teve última temporada. E SE mesmo mantendo o nível, Rodgers for ainda mais do que Love possa ser? De novo, é um grande SE, mas absolutamente tudo aqui é um grande SE.
No fim das contas, acho até díficil dar um lado quando a suposição beira o fantástico, porém, existe algo que acredito que não deve mudar nunca e sempre servir de base: Para que serve uma organização esportiva profissional? VENCER.
Todas as decisões, sem nenhuma exceção, tomada por um front office, deveriam ter essa pergunta como fundo: Fazer isso, nos deixaria mais próximo de vencer?
Especialmente na cidade da nossa franquia. Somos os maiores vencedores da NFL, a cidade tem o apelido de Cidade Título, a cultura é vencedora, está na essência, faz parte do DNA do time, é como somos feitos, vencer é a identidade, sempre foi assim e jamais deveríamos trocar isso. Portanto, todas decisões tomadas pelo front office e staff, que assim como jogadores, não são a franquia, mas sim funcionários, na condição de seus representantes, deveriam sempre visar à vitória. Então, deixo para vocês comentarem:
E SE, todas essas condições, levando em conta todos os "se" possíveis, Green Bay trocasse Rodgers, ficaríamos mais próximo de vencer?
NÃO DEIXE DE COMENTAR SEU PONTO VISTA SOBRA UMA POSSÍVEL TROCA DO CAMISA 12!
(Foto: Reprodução Twitter Oficial/ Green Bay Packers)
OUÇA NOSSO ÚLTIMO PODCOAST, SOBRE A TABELA DO GREEN BAY PACKERS PARA TEMPORADA!
Comentarios
Laís
Maio 15, 2020 at 4:54 pm
Quero ver o GB ganhar um Super Bowl, dado q comecei a torcer depois do último… mas confesso que gostaria de ver o Rodgers segurando a taça, e nao outro QB.
Rafael Barros
Maio 15, 2020 at 5:51 pm
ótimo texto.
Flávio Pupo
Maio 18, 2020 at 3:57 am
Excelente texto, e um ponto de vista interessante, ao mesmo tempo assustador, de se pensar.
Quando me apaixonei por esta franquia, Aaron Rodgers já era o Rei de Green Bay, então imaginar um cenário sem ele, sem ser aposentadoria, é bem difícil de digerir.
Outra consideração, sem querer ser o chatão, apenas com o intuito de excelência, que sei que é desta forma que o CH Brasil é, há duas correções a se fazerem no texto:
No parágrafo logo abaixo a foto do Love, acredito que estejam falando do training camp 2020 e não 2019.
E no 7° parágrafo do subtítulo “Opinião sobre o cenário “, o correto seria “o declínio de Aaron Rodgers” e não Jordan Love.
O site está excelente e os artigos são cada um melhor que o outro.
Parabéns a equipe.
João Carlos Lombardi
Maio 18, 2020 at 8:01 pm
Muito obrigado pelo comentário e pelo elogio! Já resolvemos o erro. Agradecemos a atenção!
Pedro
Maio 16, 2020 at 11:16 pm
O ponto levantado é muito importante e não pode ser deixado de se considerar devido a paixão. Rodgers é o cara. Mas pensar num futuro com um bom salary cap também é.
James
Maio 17, 2020 at 12:43 am
Queimaram a largada na escolha do sucessor e a conta vai sobrar para alguém. E ela começa a ser paga de imediato, levando em conta o alto nível dos contenders (49ers, Saints, Chiefs e Ravens), que se reforçaram ainda mais.
Rodrigo
Maio 27, 2020 at 12:50 am
Sou Green Bay desde 2010 quando fiz uma viagem aos USA e passei a acompanhar a NFL. Foi possível ver de perto o quão fanáticos são os Packers Fans. Acredito que tudo faz parte de um ciclo, assim como foi do Brady e Mannings, porém acredito que Packers se precipitou, em 2019 chegamos a Final da conferência e com uma campanha 13×3. No meu entendimento era preencher as lacunas com um bom IDL para ajudar o Clark no jogo corrido, um bom ILB e um bom WR. Estaríamos aptos para chegarmos ao SB. Isso deveria ter sido feito já que acredito em pelo menos mais 2 anos de alto nível do Rodgers. Uma grande oportunidade que poder ter sido perdida!!