OLÁ A TODOS, QUEIJOS E QUEIJAS!
Começamos hoje uma nova série. Semanalmente, o Cheeseheads Brasil trará um assunto diferente sobre futebol americano, para que nossos amados torcedores possam conhecer mais sobre esse esporte fantástico que tem tantas minúcias. Hoje falaremos sobre os recebedores da NFL. Será que eles se movimentam de forma aleatória ou há um padrão? Por que alguns recebedores encostam mais na bola que outros? Responderemos a essas e outras questões no Episódio 1 da Série Tática!
Conceitos básicos
A NFL é hoje uma liga voltada para o jogo aéreo. Dessa forma, quarterbacks e wide receivers ganham cada vez mais importância, já que serão em diversos momentos os protagonistas da partida. É cada vez mais comum na liga o chamado pacote 11 (eleven), quando se tem 1 running back, 1 tight end e 3 wide receivers. A seguir, uma breve explicação sobre as três terminologias básicas entre os recebedores:
1 – Split End (X)
É geralmente o recebedor principal da equipe. Posiciona-se longe da linha ofensiva, separado dos demais, e próximo à linha de scrimmage (linha fictícia onde é posicionada a bola). Vários dos melhores recebedores da NFL alinham-se nessa posição, como Julio Jones do Falcons, Odell Beckham Jr. dos Browns e DeAndre Hopkins dos Cardinals. É quem mais aparecerá nos highlights, o jogador das big plays, dos touchdowns inacreditáveis. O “X” é porque a primeira rota chamada é a do split end (falaremos mais disso adiante).
2 – Flanker (Z)
Do lado oposto ao split end temos o flanker, geralmente posicionado 3 jardas atrás da linha de scrimmage. É o jogador que recebe muitos passes curtos, sendo peça fundamental em primeiras decidas e em produzir jardas após a recepção. Muitas vezes também é o principal recebedor do time, como Michael Thomas dos Saints, Tyreek Hill dos Chiefs e, claro, nosso maravilhoso Davante Adams. A rota do flanker é a terceira a ser chamada nas jogadas.
3 – Slot (Y)
O slot é um recebedor que vem ganhando cada vez mais importância, por ser geralmente um jogador ou mais leve e rápido (o slot receiver padrão) ou um mais alto e forte (tight end), sendo responsável tanto por garantir primeiras decidas quanto por produzir jardas após a recepção. O slot geralmente fica perto da linha ofensiva e pode ajudar também nos bloqueios para o jogo corrido. É um coringa que se bem aproveitado pode causar um impacto enorme no jogo. Como exemplos temos George Kittle dos 49ers, Travis Kelce dos Chiefs e Adam Thielen dos Vikings.
Apenas uma observação, antes de prosseguirmos: os jogadores citados não ficam necessariamente presos a essas denominações. Tyreek Hill, por exemplo, alinha diversas vezes como slot. As chamadas hoje na NFL são complexas e a todo tempo novas formações surgem, portanto usem essas terminologias apenas como referência!
Árvore de Rotas
Conhecidos os posicionamentos mais comuns dos recebedores, falaremos agora sobre como a jogada se desenvolve após o snap. No capacete do quarterback há um ponto eletrônico pelo qual o coordenador ofensivo informa ao jogador qual será a próxima jogada. Sem nos aprofundarmos muito nesse assunto, o treinador diz um código com as informações e o QB o transmite para os demais jogadores. No caso dos recebedores, são informadas as rotas que eles devem correr naquela jogada, na ordem X Y Z (split end, slot e flanker). Mas como assim rota? Observem a figura abaixo:
Cada uma dessas nomenclaturas é uma rota básica. Cada recebedor deve correr a rota que lhe foi dita no código, ou a jogada pode sair muito errada. É preciso uma intensa sinergia quarterback-receiver para que o ataque seja realmente bom. Já viu que as vezes o QB lança a bola em um lugar onde não havia ninguém? Provavelmente houve uma falha de comunicação na hora de transmitir o código. Portanto, é fundamental muito treinamento e boa relação entre os jogadores para que tudo aconteça da maneira esperada.
Agora, falaremos brevemente de cada uma das rotas básicas, com vídeos como exemplos (na imagem acima, considere a direita como a lateral e a esquerda o meio do campo):
1 – Screen
A screen é uma rota curta para fora, cujo objetivo é conseguir avanços pequenos ou sair com a bola pela lateral (para parar o cronômetro no final do jogo, por exemplo). Muitas vezes é feita pelo running back, que começa bloqueando e depois sai para receber o passe.
2 – Slant
Nessa rota, o recebedor dá apenas 3 passos para a frente e depois vira 45o para dentro, sem parar, em direção ao espaço entre o front defensivo e os linebackers. É uma rota rápida que se bem executada pode ser mortal para a defesa adversária. O QB precisa ser muito preciso no passe, pois por ser uma região bastante povoada desvios e interceptações podem ocorrer.
3 – Cross
Parecida com a slant, porém aqui o recebedor vira 90o para dentro (mas de forma suave), contornando o linebacker se preciso e cruzando o campo horizontalmente. É uma rota menos comum, usada para confundir a defesa adversária.
4 – Curl
Aqui começam as rotas mais longas. Na rota curl, o recebedor corre 7 a 15 jardas para frente e para, olhando para o QB em um quebra de 45o para dentro. É muito importante que a bola chegue no momento da quebra. É um passe para avanço médio, muito usado quando a secundária adversária está recuada, esperando um passe longo.
5 – Out
Na rota out, o recebedor corre de 10 a 15 jardas para frente e efetua um corte seco de 90o para fora, em direção a lateral. É uma rota muito útil no final de jogo, quando se precisa parar o relógio.
6 – In
O exato oposto da rota out. O recebedor corre e realiza um corte seco para dentro. O passe precisa ser forte e preciso, já que é uma região bastante povoada. Gera um bom avanço.
7 – Comeback
Essa é o oposto da rota curl. O recebedor corre e para, virando-se para o QB em um ângulo de 45o , só que para fora. É uma rota boa em situações de endzone (Repare também no vídeo a rota cross executada pelo slot).
8 – Corner
As três últimas rotas são longas, aquelas que se bem encaixadas certamente aparecerão nos highlights. São executadas por recebedores velozes e é necessário geralmente um QB de braço forte e boa precisão.
A rota corner é quando o recebedor corre para 15 jardas ou mais e depois vira 45o em direção a lateral, sem parar.
9 – Post
Semelhante à corner, só que para dentro, em direção às traves. O passe deve ser bem colocado nas mãos do recebedor, por cima da marcação.
10 – Go
A última rota é basicamente correr em linha reta. O recebedor precisa ser muito veloz para vencer o marcador. Quando o slot ou tight end corre essa rota, ela recebe o nome de seam (rota essa que consagrou Rob Gronkowski).
Chegamos ao fim do primeiro episódio da nossa nova Série Tática. E você, o que achou? Deixe seu comentário abaixo!
Fonte: Reprodução Site Oficial/ Green Bay Packers
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