Não sabemos o que acontecerá no final: Mas temos mente e coração de campeões.

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(foto:reprodução site oficial/packers)

OLÁ QUEIJAS E QUEIJOS!

Se em agosto alguém te dissesse que na semana 12 o Packers teria a segunda melhor campanha da NFL inteira sem David Bakhtiari, Za'Darius Smith, Jaire Alexander, Robert Tonyan, Elgton Jenkins, Josh Myers e Whitney Mercilus (pera, quem? Esse não joga pelo Texans?), você acreditaria? E ainda com uma das melhores defesas? Com um LB 2 a carreira toda sendo All-Pro? Provavelmente não. Pelo contrário, acharia uma loucura que após tantos problemas na offseason -Rodgers vs FO, contratação de Joe Barry, poucos reforços- e com essas "supostas" perdas tudo isso aconteceria. Mas aconteceu. E como.

Qualidade técnica é muito importante para se ter um time vencedor, mas existem diversos fatores complementares. Sinergia, evolução, concentração, disciplina, saber superar derrotas e uma mentalidade coletiva vencedora, afinal, se apenas um quiser ganhar, de nada resolverá. E o Packers demonstrou tudo isso a cada semana de temporada, desde os jogadores até o front office.

Saber resolver as diferenças por um bem maior

Que Aaron Rodgers e Brian Gutekunst tiveram seus desentendimentos é um fato, pois o próprio quarterback não poupou palavras em sua primeira coletiva no training camp (entrevista legendada aqui). Mas quando se existe de fato um sentimento de que as coisas podem andar para frente, é necessário a arrogância e o individualismo de lado. Rodgers e Gutekunst chegaram a um meio termo, com o GM cedendo de um lado (como deixar Rodgers participar das decisões; ex: Odell Beckham) e o QB indo liderar o time e por diversas maneiras elogiando Gute. Inclusive, foi até mais que um meio termo, pois Rodgers já deu diversas pistas que esse não será seu último ano em Green Bay.

Uma visão diferenciada no mercado e dar chances para aqueles que realmente querem mostrar algo

(foto:reprodução site oficial/packers)

Brian Gutekunst sempre foi alvo de muitos críticas por uma boa parcela da torcida do Packers. Grande responsável por essas crítica é sua abordagem geralmente pouco agressiva (excluindo 2019) no mercado de agentes livres e trocas. Entretanto, fez movimentações certeiras usando um único critério: Dar a chance para jogadores que encaixassem muito bem no esquema de seu time e que estivessem dispostos a mostrar serviço, independente de seus nomes.

De'Vondre Campbell nunca tinha sido mais que um LB2 nos dois times que passou até então. Sua contratação foi vista como "um novo Christian Kirksey" por grande parte da mídia. Mal sabiam que o jogador tinha o potencial necessário para ser aquele cara crucial no meio da defesa. Resultado: Está jogando como All-Pro.

Rodgers queria estar na discussão, queria ser consultado. O que Gutekunst fez? O consultou. E o nome de Randall Cobb surgiu como possibilidade e o trocamos por ele. "Velho", "já não é mais o mesmo" e "Se rendeu a Rodgers por tão pouco" foi algo que muitos escreveram quando aconteceu. Resultado: Não só entendeu que Rodgers poderia contribuir nas adições como trouxe um jogador que está sendo extremamente importante na temporada.

Um time sempre pode precisar de mais uma liderança e experiência no vestiário, e foi exatamente o que Whitney Mercilus trouxe. Estava fazendo uma boa temporada até infelizmente se lesionar. Claro, também não podemos escrever da grande troca que fez com o Rams para adquirir o punter Bojorquez (que também está jogando como All-Pro). Identificar que errou ao gastar uma escolha de draft em um punter apenas 3 anos depois não é tão simples, então usou a oportunidade para ir atrás de um jogador que estava competindo por seu lugar.

E por último e não menos importante, Rasul Douglas. Nesse mesmo dia, Gilmore pediu para ser trocado e logo mais o nome do Packers surgiu nome. Os torcedores ficarem eufóricos com a possível chegada de um ex-defensor do ano na cidade. Ao final do dia, Gilmore estava em Carolina com Douglas chegando a titletown. A fúria era iminente, mas o resultado disso? Douglas encaixou perfeitamente com o time, fica até as 21 horas nas instalações do time estudando e é mais recente defensor da semana na NFC. Saber montar um time durante o campeonato é uma das principais qualidades de um GM.

A força de superação para substituir suas estrelas

(foto:reprodução site oficial/packers)

Na NFL é comum jogadores se machucarem. Mas existe uma linha tênue entre o "normal" para a liga e o exagero que praticamente deixa impossível para competir. E com certeza absoluta o Packers cruzou essa linha. Quatro All-Pro (sendo os dois melhores de defesa e os dois melhores OL), jogadores importantes de rotação e especialistas importantes; É mais do que qualquer time deveria suportar para se manter na luta.

Mesmo com isso, o nosso time está 9-3. Nijman, um jogador não draftado que ficou praticamente três anos sem jogar esperando sua chance, encarou Nick Bosa, Von Miller e Melvin Ingram. É normal que qualquer terceiro reserva de LT leve uma surra desses dois monstros. Mas Nijman provou que seu discurso de "estar pronto todos dias para enfrentar qualquer jogador". Fez partidas extremamente sólidas, mostrando técnica e força.

Rashan Gary, contestado até hoje por muitos, precisou dar um passe a frente e ser o EDGE 1 do time pela ausência de Za'Darius. Simplesmente entra com a alma em campo todo jogo, sendo um TOP5 na liga em pressões e QB Hits - encarou a necessidade como oportunidade de mostrar que pode ser sim um monstro.

E o que falar do time como um todo vencer o poderoso Arizona Cardinals sem os 3 WR principais? A.J Dillon, Aaron Rodgers, Dean Lowry jogado como nunca. Times com corpo e mente de campões jogam desse jeito.

Mas no final das contas, suas estrelas precisam liderar - E elas estão liderando.

Todavia, nada isso seria possível se aqueles nomes que você confia e sabe que precisam entregar para termos qualquer chance em situações adversas não estivessem comendo a bola. E eles estão.

Preston Smith, por exemplo. Ele não atuou bem em 2020 por motivos de esforço. Resolveu cortar seu salário em grande parte e aceitar uma parte do que sobrou em incentivos para poder ser campeão. Está jogando como em 2019, se esforçando horrores contra o jogo terrestre- RARÍSSIMO para EDGE rushers com incentivos em sacks- e sempre dando a cara a tapa.

Davante Adams? Esse é dispensa qualquer elogio. Não existe dúvidas sobre quem é o melhor WR da liga com tudo que está mostrando. Não podemos deixar de falar de Kenny Clark e Adrian Amos: jogadores completamente subestimados na liga que nunca se deixaram abalar por isso e estão fazendo de tudo para suprir as ausências.

Aaron Rodgers cometeu seus erros e idiotices fora de campo, mas dentro? Está jogando sem um dedo do pé em nível de MVP.

Por último: Os treinadores

(foto:reprodução site oficial/packers)

Você precisa fazer com que todas essa engrenagens funcionem, e os nossos treinadores estão dando conta do recado. OL Coach Adam Stenavich faz o possível para ser competitivo contra grandes unidades, fazendo com que os nomes já citados (como Nijman) mostrem seu potencial. DB Coach têm em suas mãos um calouro cru e um agente livre que esteve em 3 times na temporada antes de chegar no Packers. Não é a tarefa mais fácil do mundo fazer isso funcionar.

Obviamente, não podemos de exaltar e pedir desculpas para Joe Barry, que deu a essa defesa o que faltava durante anos: Fazer o básico de maneira perfeita. É a 5º melhor em pass rush, 4º melhor em forçar turnovers e melhor em tackles.

Matt LaFleur pode ter seus momentos de apagão -especialmente na redzone- mas comandar um time para 37 vitórias nos primeiros 48 jogos, um recorde na liga. Especialmente um ponto que demonstra todo esse texto sobre ter a mente e o coração no lugar certo para campeão: Ele nunca perdeu jogos após uma derrota. Cair, levantar, deixar o tombo para trás é uma das coisas mais difíceis de fazer em um esporte de alto nível, e isso para ele nunca foi um problema.

É claro que ainda falta muito, e que daqui para frente tudo isso caia por terra. Mas não posso falar do futuro, do que ainda não existe, e sim do que esse time já mostrou: Um time resiliente com o coração e a mente de campeão.

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