A habilidade de Matt LaFleur para construir confiança, começando com Aaron Rodgers, é a chave para o sucesso do Packers.

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(Reprodução: Site Oficial/Packers)

Esse texto é uma tradução integral da matéria assinada por Dan Pompei, do site The Athletic. O link para a reportagem original você pode encontrar clicando aqui.

No dia 5 de março o mundo todo ainda esperava pela confirmação do atual MVP da NFL planejava retornar para Green Bay.

Aaron Rodgers estava a alguns milhares de quilômetros de distancia de lá, e até onde onde o Packers sabia, podia estar ainda mais longe. Sendo o oficial do casamento do seu companheiro de time David Bakhtiari e Frankie Shelby no Hotel Rosewood Miramar, em Montecito, California, Rodgers sem nenhuma dúvida estava pensando bastante sobre aquele assunto.

Quem também estava no casamento era o técnico do Packers Matt LaFleur, que durante a festa teve a oportunidade de levar Rodgers até o bar, oferecer a ele algo bastante forte e convencê-lo de retornar para Green Bay.

Mas ele não fez.

“Nós nem falamos sobre isso, pra te dizer a verdade,” disse LaFleur. “Não era o momento nem o lugar de colocar essa pressão nele... Não era por isso que estávamos lá. No final, estamos ali para dar apoio ao David e Frankie, e nós não queríamos acabar com essa experiência.”

O que pode explicar, em partes, porque três dias depois do casamento, Rodgers informou LaFleur – “Matty” como ele chama – que os votos entre os Packers e seu passador estavam renovados.

Nas diversas conversas nos dois dias seguintes ao final da temporada do Packers, LaFleur fez questão de mostrar a Rodgers o quanto ele era querido. O GM do Packers Brian Gutekunst, o presidente Mark Murphy e o diretor de operações Russ Ball também estavam envolvidos nas discussões.

E então LaFleur deu um passo para trás. Ele queria dar tempo e espaço para Rodgers.

Treinar é sobre muitas coisas, mas uma delas é fundamental, e é importante ter confiança. Sem isso, não há nada.

Entre LaFleur e Rodgers há confiança.

Tanto quanto outras coisas, é por isso que Rodgers será um Packer em 2022. É por isso que ele foi um Packer em 2021. Também é a razão pela qual Rodgers foi escolhido MVP da liga nas últimas duas temporadas. E é por isso que o Packers está 39-10 sob o comando de LaFleur.

LaFleur se tornou mais que um simples técnico para o Packers.

Ele tem sido a força que mantém o time um time.

Para LaFleur, se estabelecer como um técnico principal pela primeira vez em 2019 foi uma coisa. Outra coisa era conseguir ganhar a confiança de um quarterback tão independente, futuro Hall da Fama cuja reputação era supostamente tão gelado quanto a trave do Lambeau Field em janeiro.

A forma que LaFleur usou para se aproximar de Rodgers foi justamente dar as mãos ao quarterback, tanto quanto Rodgers precisava. Assim ele misturou os conceitos do sistema de Shanahan, o qual ele fez parte pelos últimos oito ou nove anos, com aqueles que favoreciam mais Rodgers. Inicialmente tiveram algumas negociações sobre o quanto de liberdade Rodgers teria para fazer ajustes na linha de scrimmage. LaFleur comenta que “demorou um pouco” para ele e Rodgers chegarem na mesma página.

Se todas as interações fossem somente sobre como arremessar uma bola o relacionamento deles seria restrito. LaFleur esperava uma conexão mais profunda.

Na primeira offseason de LaFleur como técnico, ele percebeu em Rodgers algo que chamou atenção – seu “coração grande”, nas palavras do próprio LaFleur. Quando o time recebeu crianças e suas respectivas famílias da fundação “Make-A-Wish”, o treinador notou que Rodgers fez mais que somente assinar autógrafos de forma protocolar. Ele sentou com eles, almoçou com eles e mostrou realmente um interesse nas pessoas.

“Você não costuma ver isso nessas superestrelas,” LaFleur falou. “Você pode saudá-los, mas aquilo era realmente querendo conhece-los, fazendo perguntas, passar um tempo com eles.”

Em junho, antes de sua primeira temporada, LaFleur deu a primeira batida no jogo de Softball do jogo da Green and Gold charity no Estadio Fox Cities, em Grande Chute, Wisconsin. Seus filhos, Luke e Ty, estavam com ele, assim como seu quarterback.

(Reprodução: Site Oficial/Packers)

Ty, com cinco anos na época, tinha perdido um dente. Ele estava apreensivo, afinal nunca tinha perdido um dente antes. Rodgers conversou com ele e mexeu seus dentes. Uma hora ele saiu, dando a Ty uma história que ele poderá contar para seus netos um dia.

“Essas são uma das memórias mais especiais que meus filhos terão,” LaFleur disse sobre suas interações com Rodgers. “Isso é especial, muito especial.”

A visita a Make-A-Wish e a história dos dentes de Ty não tiveram tanta atenção como a derrota na final da NFC [para os 49ers] e a subsequente seleção de Jordan Love coma 26ª escolha no Draft de 2020. Mas esses momentos encobertos ajudaram a juntar LaFleur e Rodgers e mante-los juntos durante esses momentos turbulentos.

O compromentimento de LaFleur com o Packers e Rodgers levou a um grande espirito de colaboração por parte do QB.

“Quando você está liderando um time de futebol, um ataque ou um escritório, as pessoas vão te seguir se você mostrar a eles o quanto você significa para ele e quão duro você trabalha, mais do que o que você diz,” disse Rodgers em janeiro. “Nós conseguimos ver isso muito cedo por parte do Matty.”

A relação treinador-QB basicamente ajudou LaFleur a construir a confiança com o time todo.

Um técnico da NFL tendo apenas três regras não é algo revolucionário.

John Madden tinha. Pete Carroll as usa. Assim como Sean McVay.

Mas três regras podem ser efetivas.

Quando LaFleur trabalhou com Dan Quinn nos Falcons em 2015 e 16, Quinn tinha três regras. LaFleur veio com sua própria versão.

  1. Time em primeiro
  2. Sem desculpas.
  3. Seja pontual e esteja prepardo.

“Elas são regras bem simples,” disse LaFleur. “Como técnico, você tem que ter cuidado em ter várias regras porque você pode se colocar numa situação difícil. As três regras são fáceis de  serem cumpridas, na nossa opinião. Nossos caras fazem um grande trabalho ao leva-las para o coração.”

As três regras requerem confiança porque tem muita coisa deixada de fora com apenas três. Essas regras e a confiança adquiridas ajudaram ao Packers conquistar 26 vitórias em temporada regulas nos dois primeiros anos de LaFleur como técnico principal. Mas nenhuma temporada terminou do jeito que eles queriam.

Na segunda temporada de LaFleur, o Packers estava perdendo para o Bucs por 31-23 na final da NFC com 2:09 restando no cronômetro quando LaFleur preferiu chutar um Field Goal na quarta descida estando na linha de 8 jardas. Mason Crosby acertou e diminuiu a vantagem mas o Packers nunca mais viu a bola em suas mãos. Na terceira descida, Rodgers lançou um passe incompleto para Davante Adams ao invés de tentar correr mesmo tendo espaço para isso.

LaFleur defendeu sua posição de tentar o chute, mas também assumiu a culpa pela derrota, dizendo que ele falhou em não dizer a Rodgers que tentaria o chute ao invés da conversão.

Sua resposta refletiu na regra #1: Time em primeiro.

Apesar da derrota naquele dia, mais confiança foi adquirida.

Quanto mais LaFleur recebe, mais ele devolve.

O Packers jogou em Green Bay no dia de Natal na temporada passada. Ao contrário de manter todo o time num hotal na noite anterior ao jogo, o que é costumeiro para os times da NFL, LaFleur permitiu que os veteranos ficassem em casa. Essa politica foi bem recebida, então LaFleur criou essa nova instrução, onde os veteranos não precisam ficar no hotel na noite anterior ao jogo.

“Eu tenho tanta confiança que esses caras fazem a coisa certa,” disse LaFleur. “Eu não preciso ficar aqui e tomar conta deles. Eles são homens crescidos. Esse é o trabalho deles e eu espero que eles venham prontos para jogar. O que puder fazer para melhorar eles, é isso que nós queremos. Se isso significa que eles vão ficar na própria casa, na própria cama, faremos isso.”

Quando os líderes do time, Rodgers, Adams, Kenny Clark, Adrian Amos, Marcedes Lewis, De’Vondre Campbell, Preston Smith e outros tem algo a dizer, LaFleur para de falar. E se eles questionam alguma coisa, ele costuma responder com uma reconsideração.

Na semana seguinte ao jogo no dia de Natal, o Packers tinha um treinamento extra marcado. Alguns dos líderes acharam que não era o melhor para o time e conversaram com LaFleur sobre a possibilidade de um dia de folga. LaFleur cancelou o treino.

“Tem muita confiança construída entre Matt e nossos jogadores para protege-los e coloca-los na melhor posição possível para o time na hora que formos jogar,” diz Darryl Franklin, o chefe do staff de LaFleur.

Franklin, que conhece LaFleur desde que ambos foram assistentes em Central Michigan em 2005, disse que notou uma diminuição no grau de ansiedade em LaFleur na última temporada. Ele acredita que foi evidente em como os Packers jogaram. Rodgers concorda, dizendo que enxerga um LaFleur mais solto e menos preocupado sobre as pequenas coisas.

“Com toda a confiança que eu tenho em todos, eu gosto de pensar que eu curti um pouco mais,” diz LaFleur.

Ele curtiu ao ponto de estar confortável com as falhas. Para alguns técnicos, falhas precedem mais falhas. Para outros, elas são dores do crescimento.

Depois da derrota acachapante para o Saints na semana 1 por 38-3, LaFleur disse, “Obviamente eu não fiz esses caras estarem prontos para jogar.”

E quando o Packers perdeu para o Chiefs por 13-7 em novembro quando Rodgers não jogou por causa dos protocolos de COVID, LaFleur assumiu a culpa novamente. Ele explicou que ele não deveria esperar que Love usasse as mesmas ferramentas que Rodgers usa contra blitzes, tendo em vista seus diferentes graus de experiência.

Depois da derrota do Packers para o 49ers por 13-10 na rodada divisional dos playoffs, LaFleur não mediu palavras para falar como Rodgers não conseguiu conduzir o Packers na hora H ou sobre a atuação do Special Teams.

(Reprodução: Site Oficial/Packers)

Como parte do seu pronunciamento, LaFleur falou “Obviamente eu não fiz o suficiente para preparar o time para vencer a partida. Certamente, quando nós marcamos apenas 10 pontos no ataque, eu coloco tudo na minha conta.”

Na coletiva pós jogo, LaFleur se coloca na mira e recebe todos os alvos. A forma como ele faz é orgânica e mesmo assim é propositiva.

“Como um líder, você tem que ter tudo,” explica ele. “Tem algo em aceitar responsabilidades, e eu acredito que haja um efeito de pirâmide. Se eu consigo ficar ali e eu consigo fazer as coisas melhor eu acredito que as pessoas vão ser mais receptivas em aceitar críticas construtivas.

Regra #1: Time em primeiro.

A parceria entre LaFleur e Rodgers agora tem 53 jogos. O relacionamento deles foi colocado em cheque várias vezes e passou em todos os testes.

“Os últimos anos tem sido muito, muito bons para nós,” disse Rodgers.

Claro, tiveram alguns momentos tensos entre Rodgers e outros membros da organização. Quando LaFleur percebeu o quão incomodado Rodgers estava na última temporada, Rodgers disse que seu técnico pegou o primeiro voo possível e o fez uma visita em Malibu, California.

“Aquilo com certeza foi significativo para mim,” disse Rodgers.

O plano era ter um jantar na casa de Rodgers – só eles dois e a namorada de Rodgers, Shailene Woodley. LaFleur apareceu com uma garrafa de uísque, aquelas que as lojas costumam deixar guardadas, fora das prateleiras. O único problema é que Rodgers estava no meio de uma limpeza.

Ele não estava fritando carnes. Ele estava cozinhando dal e kitchari [comidas indiana geralmente usadas em momentos épocas de “detox”]

“O bom e velho Matty, ele apareceu e comeu uma bacia e meia de tudo,” disse Rodgers.

E então a toxicidade entre Rodgers e o Packers começou a ficar para trás.

LaFleur visitou Rodgers na California mais uma vez em 2021 antes de Rodgers confirmar que jogaria pelo Packers na temporada.

“Eu passei a maior parte da offseason, eu acho, tentando desarmar aquela situação da melhor forma possível,” disse LaFleur. Isso significa muitas conversas com Rodgers, e muitas mais com Murphy, Gutekunst e Ball, tentando fazer com que ambos chegassem a um senso comum.

A afeição que Rodgers tem com seu técnico é evidente pela forma como LaFleur é alvo de piadas de seu QB em público. Enquanto o time embacava para Minneapolis, Rodgers vestia uma camiseta com os seguintes dizeres “NOSSO TÉCNICO É MAIS GOSTOSO QUE O DE VOCÊS.”

Rodgers frequentemente faz piadas a respeito das sobrancelhas de LaFleur. “É de fato um elogio,” diz Rodgers. “Ele realmente tem sobrancelhas muito bem feitas.”

Rodgers acusa LaFleur de usar sua esposa, BreAnne, para fazer suas sobrancelhas, que são pretas, retas e com pouco espaçamento. As linhas poderiam ter sido feitas com uma régua. Elas são moldadas em pontas, quase como retângulos alongados.

“Todo mundo sabe que os técnicos são quase totalmente ineptos para atividades como se vestir, lavar roupas ou ter certos tipos de cuidado,” disse Rodgers. “Então se tornou uma piada o quão agradecido ele tem que ser por ter Bre[Anne] para fazer suas sobrancelhas toda semana para ele ficar mais arrumado no dia do jogo.”

LaFleur afirma que ele é o único que cuida de suas sobrancelhas

No dia 3 de janeiro, na ESPN, durante o ManningCast para o Monday Night Football, Rodgers brincou sobre as sobrancelhas e cabelo do seu técnico e falou que o traje de LaFleur para os dias de jogo inclui um Jordan, uma calça lululemon e um suéter com zíper. O que Rodgers não sabia é que LaFleur estava na audiência enquanto planejava o próximo jogo. LaFleur começou a mandar mensagens para Rodgers durante a participação do QB no programa e quase chegou a fazer uma chamada de vídeo com com ele durante o show.

As respostas de LaFleur raramente são públicas. Quando Rodgers usou a hashtag “boycottLafleursbrows” (Boicotem as sobrancelhas de LaFleur em português) no twitter, LaFleur respondeu a ele por mensagem com o seguinte texto: Boicotem o dedo de covid.

O “dedo de covid” é uma condição que o dedo incha e fica azul ou roxo. Durante uma participação no programa “The Pat McAfee Show”, Rodgers brincou dizendo que seu problema, que depois veio a confirmar que era uma fratura, era o tal dedo de covid.

Isso foi no meio da polêmica do teste positivo de Rodgers para covid-19. Na época, ele estava no meio do caos porque não havia sido vacinado, mas havia dito anteriormente em coletiva que estava “imunizado” depois de passar por tratamentos que elevaram sua imunidade. LaFleur não disse praticamente nada em público sobre a controvérsia criada, sempre saindo pela tangente desse tipo de pergunta. Mas no particular, ele estendeu a mão.

“Eu disse a ele que estava por ele e iria ajuda-lo,” disse LaFleur. “Eu sei que ele estava recebendo muita informação. Esteja a favor, contra ou indiferente, eu vejo de forma diferente de algumas pessoas com relação a toda situação... É como religião e política. As pessoas tem que tomar a melhor decisão para elas próprias. A maioria de nós está vacinada, treinadores, jogadores. Mas nós estamos tendo vários casos positivos. Estamos vendo pela nossa sociedade, pelo nosso vestiário. Então vacinado ou não, não te deixa imune a isso. ... Eu disse a ele ‘Olha, do meu ponto de vista, você tem que fazer o que é melhor para seu corpo.’”

Rodgers agradeceu a posição do técnico, mesmo que isso não tenha sido verbalizado.

“Eu tenho certeza que o Matty sabia dessa possibilidade,” Rodgers disse a respeito da polêmica. “Ele estava ao meu lado desde o início.”

Quando LaFleur era criança, todos o chamavam de “Matty.” Três dos amigos de infância dele o chamam assim. E Rodgers.

O começo de LaFleur tem sido mais positivo que seu predecessor no Packers, que teve a possibilidade de comandar outro QB Hall da Fama. E atualmente você pode ver o Packers treinando na rua chamada “Mike McCarthy Way”.

LaFleur já tem, em 3 anos, mais temporadas de 13 vitórias do que Mike Holmgren em 17. Holmgren está no Hall da Fama do Packers e brevemente pode estar no Hall da Fama do Pro Football.

A porcentagem de vitórias de LaFluer é de quase 80%, melhor que as de Curly Lambeau e Vince Lombardi. Na verdade, é a melhor da história da NFL.

O que Lambeau, Lombardi, McCarthy e Holmgren tem que LaFleur não possui são títulos. Onde LaFleur chama de casa, há títulos, fracassos e pouca coisa nesse meio.

Existirão muitas oportunidades para LaFleur (42 anos), com ou sem Rodgers (38).

Ele tem ainda um ano de contrato com o Packers e o time tem a possibilidade de extensão por mais um ano. Todos os caminhos lógicos levam para uma extensão ainda maior nos próximos meses, o que faria ele ficar em Green Bay por mais alguns anos e torna-lo um dos técnicos mais bem pagos da liga.

Enquanto LaFleur tenta passar da temporada 2021 para a próxima, há ferimentos para serem curados, caminhos para navegar e redenções para alcançar.

“Você tem que aprender diante de qualquer situação,” disse LaFleur. “Muitas vezes, as lições que você aprende nas derrotas são mais impactantes do que as que você aprende quando vence.”

Confiança no vestiário será crucial para preencher a cratera que ficou no ataque após a troca de Adams, cujo desejo era jogar pelo Raiders. LaFleur não conseguiu impedir a ida do que ele mesmo chamou de melhor recebedor da liga.

“Davante sabe o que eu sinto por ele,” disse LaFleur.

“Era um prazer comandá-lo, não só um grande jogador mas uma grande pessoa, um grande competidor e líder no nosso time. Como eu disse a ele, o bonito desse jogo é que ganhar é bom demais, mas é sobre as relações que você faz. E ele é um cara que tem um lugar especial no meu coração. Eu só desejo a ele o melhor.”

Matt LaFleur sobre Davante Adams

LaFleur sabe que seu ataque não será o mesmo sem Adams, mas a base será mantida. E o retorno de Rodgers – cuja história mostra que ele vai tirar o máximo dos outros recebedores – se torna ainda mais significativo agora que Adams é um Raider.

“Com certeza haverão ajustes,” disse LaFleur. “Mas nós temos um excelente quarterback que pode ajudar os outros rapazes. O que é tão incrível nessa liga é que quando há uma situação assim, sempre parece que outros jogadores aparecem e assumem essa responsabilidade. Quem vai ser esse cara, eu ainda não sei.”

Mudanças no playbook viriam de qualquer forma. O staff técnico mudou muito nesse último ano, mais que em qualquer outro momento sob o comando de LaFleur. Foram 4 contratações e 5 promoções.

LaFleur começou a considerar um de seus novos assistentes há mais de um ano quandoe el perguntou para Rodgers sobre Tom Clements, que foi assistente no Packers por 11 anos da carreira de Rodgers antes de LaFleur chegar. O técnico ficou intrigado com Clements a partir dos elogios de Rodgers. Se houvesse um lugar vago no seu staff, LaFleur queria estar preparado.

Ele perguntou [sobre Clements] de novo para Rodgers em janeiro. Então quando o coordenador de jogo aéreo e de QBs Luke Getsy se demitiu para se tornar coordenador ofensivo em Chicago, LaFleur disse a Rodgers que queria conversar com Clements. Rodgers perguntou se poderia falar com Clements primeiro, para depois o treinador começar as conversas. Quando LaFleur esteve em Los Angeles para o NFL Honors, ele encontrou com Clements, que mora na região. Eles tiveram um almoço e LaFleur explicou como Clements poderia ajudar o Packers.

Contratar Clements foi ótimo para Rodgers, mas da mesma forma como muitas das coisas que LaFleur faz, foi mais do que só isso.

“Eu pensei que seria ótimo para todos ali, todos os nossos quarterbacks,” disse LaFleur. “Nós acabamos de nomear nosso assistente de QBs, Connor Lewis. Eu pensei que [Clements] seria ótimo para ele. E sendo realmente sincero, eu pensei que ele seria ótimo para mim também. Ele tem tanta calma, um temperamento bom e eu acredito que todos estarão em volta dele.”

Clements é mais um aro na roda do Packers.

No centro dela está LaFleur.

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