Ao adentrarmos a semana 12 da temporada, os Packers mantêm uma média de concessão de 20,2 pontos por jogo por sua defesa, indicando, à primeira vista, uma solidez notável. Além disso, a unidade comandada por Joe Barry destaca-se como a terceira melhor da liga, empatada em um quádruplo, no quesito touchdowns cedidos pelo ar, e figura como a sétima menos vazada em termos de jardas permitidas aos quarterbacks adversários. Os critérios de avaliação do Pro Football Focus situam a defesa de Green Bay em uma posição que varia de mediana para boa.
No entanto, o desempenho atual da defesa dos Packers contradiz as estatísticas apresentadas.
Apesar da aparente solidez estatística, a defesa dos Packers adota uma abordagem estratégica baseada na filosofia "bend but don't break" ("ceda, mas não quebre"), concentrando-se em evitar grandes jogadas dos adversários. Minimizar a pontuação total concedida, priorizando consistência ao longo do campo é a chave dessa filosofia. No entanto, ao analisar cuidadosamente as partidas, torna-se evidente que essa abordagem tem apresentado desafios para a defesa de Green Bay. A ênfase em evitar grandes jogadas tem, por vezes, resultado em dificuldades para conter avanços consistentes por parte dos oponentes, criando situações em que a defesa se encontra sob pressão constante. Essa tensão entre a estratégia defensiva e a eficácia em situações críticas torna-se mais aparente ao observar o "tape" das partidas, evidenciando as nuances que podem não ser totalmente capturadas pelas estatísticas tradicionais.
No último confronto contra o Los Angeles Chargers, a defesa dos Packers se beneficiou de seis drops, incluindo vários de Keenan Allen, um recebedor de elite. Se o corpo de recebedores do Chargers tivesse segurado pelo menos três dessas bolas, o placar final poderia ter sido 34x23, alterando significativamente a discussão sobre a performance defensiva dos Packers contra Los Angeles.
Em um drive no início do último quarto, Los Angeles avançou rapidamente para a redzone em apenas duas jogadas. No entanto, a sequência foi abruptamente interrompida por um erro interno .Austin Ekeller tropeça ao receber o hand-off de Herbert, se levante e sofre o fumble.
Nesta partida, embora alguns jogadores tenham tido um desempenho sólido, o verdadeiro MVP da defesa dos Packers foi o sol, que contribuiu significativamente para os vários drops dos jogadores dos Chargers. O gramado do Lambeau Field foi um fator adicional que influenciou o desempenho dos jogadores. A qualidade do campo de jogo contribuiu para que os jogadores dos Chargers escorregassem em várias ocasiões, afetando diretamente sua habilidade de completar rotas de forma precisa.
Ao examinar o desempenho defensivo dos Packers ao longo da temporada, torna-se evidente que a unidade, sob o comando de Barry, foi exposta em múltiplas ocasiões. Um exemplo disso foi a partida contra Desmond Ridder, onde a defesa permitiu ao quarterback parecer competente, culminando na concessão de 13 pontos no último quarto e resultando na vitória dos Falcons. Na quarta semana, os Lions conseguiram impor sua vontade contra uma defesa frágil fisicamente. A notável performance terrestre de Najee Harris e Jaylen Warren na semana 10 expôs lacunas na capacidade da defesa em conter corridas. Mais recentemente, na última semana, Justin Herbert foi o melhor quarterback da NFL de acordo com o Pro Football Focus.
Quando confrontada com ataques minimamente bem treinados e organizados, a defesa dos Packers tem enfrentado desafios evidentes ao longo da temporada. Em jogos contra equipes como Atlanta, Detroit, Minnesota e Los Angeles, a unidade demonstrou dificuldades em conter os oponentes de maneira eficaz. Nessas partidas, a defesa cedeu uma média significativa de 25 pontos por jogo.
Quando enfrentou ataques menos poderosos, como os de Chicago, New Orleans, Las Vegas, Denver e Pittsburgh, a defesa dos Packers conseguiu forçar um total de 3 turnovers. Embora a média de pontos cedidos nesses confrontos, situada em 19,2 por jogo, possa sugerir uma relativa eficácia nessas partidas, é crucial considerar o contexto. Uma unidade repleta de escolhas de primeira rodada em vários setores do campo tem a responsabilidade de superar adversários menos formidáveis, o que torna essas performances mais uma expectativa mínima do que um parâmetro de excelência.
Em resumo, a defesa dos Packers revela-se como um elemento instigante e, por vezes, frustrante da equipe. Embora não se possa classificá-la como ruim, fica evidente que a qualidade do treinamento desempenha um papel crucial em suas oscilações de desempenho. Jogadores perdendo tackles de maneira fácil, a secundária frequentemente fora de posição e, por vezes, enfrentando equipes aparentemente menos talentosas com resultados subpar, indicam uma questão mais profunda. Em comparação com defesas de outras equipes, como as de Kansas City e Minnesota, que extraem resultados melhores apesar de terem menos talento, surge a necessidade de examinar a eficácia da comissão técnica. Quando as deficiências tornam-se uma tendência na unidade como um todo, a responsabilidade recai sobre quem lidera.
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