Os Packers estão se afundando em uma cultura conformista.

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A cultura atual dos Packers é uma narrativa complexa que se desdobra tanto nas performances dentro das quatro linhas quanto nas decisões de gestão que ecoam fora delas. A mediocridade evidente nos resultados em campo não é apenas uma questão estatística; é um reflexo do comportamento dos jogadores e da falta de uma mentalidade vencedora. Além disso, a administração da organização está longe de ser imune a críticas.

A cultura dos Packers tem sido marcada por uma passividade notável. Jogadores frequentemente deixam a desejar em intensidade e paixão, faltando-lhes a "gana" necessária para serem indiscutivelmente os melhores da liga. O conformismo se enraizou em 1265 Lombardi Avenue, com uma atitude que parece aceitar, de forma resignada, que sempre haverá alguém melhor. A falta de incomodo com essa realidade permeia a equipe, refletindo-se em performances que muitas vezes sucumbem à mediocridade

A vulnerabilidade física dos Packers tornou-se uma narrativa recorrente, especialmente em momentos cruciais do jogo. Repetidamente, quando se aproxima o "crunch time", é como se houvesse sempre alguém mais imponente do outro lado do campo. Esta fragilidade foi evidenciada recentemente pelos Lions na semana 4 deste ano, assim como pelos Jets em um jogo fatídico em 2022. Saleh, após a partida, expressou a estratégia de sua equipe em impor-se fisicamente, afirmando que precisavam continuar dando golpe após golpe no Packers, pois sabiam que Green Bay não saberia como reagir.

Em anos anteriores, quando os Packers tinham equipes altamente competitivas, o desafio contra defesas mais físicas muitas vezes resultou em quedas dolorosas. Em confrontos cruciais em playoffs, como contra os 49ers em 2019 e 2021, bem como diante do Tampa Bay em 2020, Green Bay esbarrou na barreira imposta por adversários robustos.

A deficiência defensiva dos Packers, especialmente na linha de scrimmage, é alarmante e contribui para uma defesa terrestre que deixa muito a desejar. Além das limitações evidentes do coordenador defensivo, há uma falta de agressividade e resistência. Com uma facilidade surpreendente, a defesa muitas vezes se permite ser dominada no front, resultando em adversários que exploram com sucesso as fraquezas da equipe. A ausência de uma postura intransigente e a aceitação aparente de ser superado facilmente destacam a falta de determinação e intensidade que poderiam fazer a diferença entre uma defesa sólida e a vulnerabilidade atual dos Packers.

A falta de fisicalidade da defesa dos Packers se reflete de maneira crítica nos inúmeros tackles perdidos pela unidade.

A ausência de um instinto incisivo e de uma mentalidade agressiva na abordagem defensiva é evidente, deixando escapar a oportunidade de impor respeito aos adversários.

Os adversários frequentemente conseguem ganhar 10-15 jardas após o contato com a defesa dos Packers, destacando a incapacidade da unidade em finalizar sacks e tackles de maneira eficaz. Essa falta de concentração e aperfeiçoamento se manifestam de forma evidente, o que compromete a capacidade da defesa de impor o seu rítimo.

Mike Daniels, defensive lineman dos Packers de 2012 a 2018, trouxe à tona uma narrativa reveladora sobre a dinâmica interna da equipe ao revelar que sua atitude de liderança vocal não era apreciada em Green Bay. Surpreendentemente, seu estilo energético encontrou aceitação em ambientes como Detroit e Cincinnati, onde foi recebido de maneira positiva. A ironia se destaca ainda mais quando consideramos que, na época, surgiram artigos descrevendo Daniels como alguém que "gritava demais" em uma equipe que, ao que parece, não estava pronta para acolher esse tipo de liderança.

A situação envolvendo Mike Daniels ilustra de forma contundente um dos maiores problemas na cultura dos Packers. A falta de uma cobrança interna, a ausência de um companheiro de time disposto a incendiar positivamente o vestiário e ser vocal sobre os problemas da equipe. Essa carência de liderança inspiradora contribui para a complacência e a falta de urgência em abordar as deficiências evidentes, prejudicando a capacidade da equipe de se autoavaliar e evoluir de maneira eficaz.

A mentalidade conformista em Green Bay também se manifesta na gestão de Matt LaFleur em relação aos coordenadores. A negligência prolongada no special teams custou à equipe uma derrota nos playoffs contra os 49ers, e essa unidade continua sendo um problema persistente. Da mesma forma, a manutenção de Joe Barry como coordenador defensivo destaca uma falta de ajuste e adaptação. Barry demonstrou dificuldades em modificar seu esquema defensivo, resultando em desempenhos problemáticos nos últimos quartos contra quarterbacks como Desmond Ridder, Jimmy Garoppolo, Kenny Pickett e Tommy DeVito.

A vulnerabilidade da defesa dos Packers fica evidente na alta dependência do desempenho do ataque. Quando o ataque enfrenta dificuldades, a defesa muitas vezes se mostra incapaz de segurar a barra contra adversários minimamente arrumados. A fragilidade da defesa dos Packers é ainda mais alarmante ao considerarmos que ela ocupa apenas a vigésima oitava posição na classificação de DVOA da liga. Este desempenho abaixo do esperado é particularmente desconcertante, levando em conta a presença de várias escolhas de primeira rodada na unidade defensiva. Além disso, é imperativo que a defesa do Packers abandone a mentalidade de "bend but don't break". Esta abordagem, muitas vezes utilizada como desculpa para o fracasso, precisa ser substituída por uma mentalidade mais agressiva e assertiva. A ideia de buscar "3 and out" em cada drive deve ser adotada como padrão, pois é assim que defesas vitoriosas e dominantes costumam se comportar.

Não há espaço para o conformismo em Green Bay. A necessidade de mudanças é iminente.

Uma franquia tão grandiosa como o Green Bay Packers não pode se submeter à passividade. O momento exige líderes dentro e fora de campo com uma fome incansável por vitórias, dispostos a aprimorar cada mínimo detalhe e trabalhar incansavelmente até alcançar o sucesso repetidamente. A renovação dessa mentalidade é vital para os Packers virarem a página e se reestabelecerem no topo, que é o seu lugar.

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