Entrevista com os coordenadores sobre a expectativa para cada setor

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Na tarde da última sexta-feira (22), os coordenadores dos três setores do time dos Packers concederam entrevistas em uma live no Twitter Oficial dos Packers. As entrevistas dadas pelos coordenadores são uma excelente oportunidade de entender as expectativas em cada setor para a temporada, como as novas aquisições serão encaixadas e o que será feito para evitar que se repitam erros da temporada anterior. Nesta matéria iremos falar dos principais pontos abordados em cada uma das entrevistas.

  • Entrevista de Mike Pettine, Coordenador Defensivo:

“Jogamos nosso pior jogo no pior momento ... Foi difícil engolir.”

Mike Pettine sobre a final da NFC contra San Francisco.

Em se tratando de linha defensiva, como não poderia ser diferente, o principal assunto abordado foi a defesa contra o jogo terrestre, que na final da NFC foi a principal deficiência do time e contribuiu muito para o insucesso contra San Francisco. Segundo o próprio Mike Pettine, o desempenho contra o jogo terrestre foi “mais que desapontador” concluindo que mesmo toda a energia, esforço e esquema não foram bons o suficiente para superar o time da Califórnia.

Apesar do nervosismo demonstrado todas as vezes que o tema “defesa terrestre” era abordado, Mike Pettine acredita que a defesa de Green Bay pode atuar bem contra corridas. Ele afirmou que a utilização de Rashan Gary deve ajudar muito em situações de terceira descida, assim Za'Darius Smith teria mais liberdade para tacklear e impedir avanços curtos.

Outro ponto abordado na entrevista que pode vir a se tornar importante é a contratação de Jerry Gray, que vai assumir a função de treinador dos defensive backs. Em 2020, é esperado que a chegada de um novo treinador possa resolver algumas questões técnicas que ainda rondam a secundária. Quando indagado sobre as possibilidades de contratação para substituir Jason Simmons, Pettine foi categórico ao afirmar que “Jerry Gray foi o primeiro nome a ser sugerido”.

“Todos nós sabemos o que Tramon significa para esta organização”

Mike Pettine sobre Tramon Williams.

Citado quase tantas vezes quanto o jogo corrido, tivemos o nome de Tramon Williams, free agent de 37 anos, que, ao que parece, não deve renovar contrato com os Packers. Sobre Tramon ficar, ir para outra equipe ou se aposentar, Pettine declarou: “Nós pensamos muito no ‘T’, mas obviamente entendemos o lado comercial. Nós não sabemos como seu capítulo final será escrito.”

"Eu acho que o céu é o limite para Darnell.”

Mike Pettine sobre Darnell Savage.

Além dos principais pontos de preocupação com a linha defensiva, ele também citou individualmente alguns jogadores que ele acredita que podem melhorar o setor na próxima temporada. Elogiou Darnell Savage e sobre os jogadores jovens, afirmou que acredita que Kingsley Keke será o que terá o maior salto de desempenho e, ainda, comentou sobre a contratação de Christian Kirksey dizendo: “Certamente, era um risco quando olhamos para ele, mas era um risco que estávamos mais do que dispostos a correr.”

Opinião sobre a entrevista:

Apesar do tom de quem tenta ser otimista, era visível o nervosismo de Pettine durante a entrevista. Ainda que ele tentasse a todo tempo passar confiança, a grande verdade é que existe muito trabalho a ser feito. Ele sabe que, depois do jogo contra San Francisco, ele não tem muitas fichas para gastar e que precisa fazer a defesa terrestre funcionar.

Sobre expectativas, o que se espera é que a contratação de Jerry Gray dê frutos, que Kirksey consiga se manter saudável e traga um impacto positivo para a defesa, afinal, mesmo lesionado, ele custou uma quantia considerável para os Packers. É esperado também que Pettine consiga pôr em prática todas as idéias dele para fortalecer a defesa terrestre. Como um fã que gosta de ver a defesa jogando bem, realmente fico com um misto de animação e medo sobre como a defesa vai se portar na próxima temporada.

  • Entrevista de Nathaniel Hackett, Coordenador Ofensivo:

A entrevista do coordenador ofensivo Nathaniel Hackett abordou assuntos importantes, deu ênfase ao sistema de ataque e falou, muito menos do que se poderia imaginar, do assunto principal desde o draft, a escolha de Jordan Love. Na entrevista, Hackett pôde abordar alguns pontos como: Training Camp “Off the Field”, comunicação entre comissão técnica e Aaron Rodgers e também sobre o fato de não terem selecionado um wide receiver no draft.

“Você sabe, nós sempre queremos mais de todas as posições.”

Nathaniel Hackett sobre não terem draftado um WR.

Sobre não terem draftado um wide riceiver, apesar de todas as oportunidades dessa classe, ele mostrou segurança ao afirmar que apesar de sempre querer ter mais opções, acredita que o corpo de recebedores dele tem capacidade de melhorar, que o fato de serem jovens dá tempo para que os técnicos trabalhem e que ele tem grandes expectativas para eles na próxima temporada.

Quando indagado sobre as impressões dele a respeito de sua primeira temporada junto com Matt LaFleur e com o time, ele deixou claro que a prioridade era “entender completamente a linguagem” para que pudessem se comunicar melhor com Aaron Rodgers. Segundo Hackett, eles “mergulharam” na parte da comunicação, o que ele espera que traga mais dinâmica e rapidez nesta temporada.

“Sempre que você perde tempo que poderia usar para trabalhar com jogadores, no fundo da sua mente como treinador, você fica com um pouco de ansiedade”

Nathaniel Hackett sobre o tempo perdido.

Na parte do training camp, que deve ocorrer quase que em sua totalidade fora dos campos, o coordenador afirmou que é uma situação atípica e desconfortável, que o deixa um pouco ansioso. Ainda assim pontuou que é algo que afeta a todos os times igualmente, e que pretende viver um dia de cada vez, aproveitar as oportunidades e juntar o máximo de informações possíveis nesse período.

“ Nosso trabalho como coach é encontrar os caras que fazem o melhor em cada posição.”

Nathaniel Hackett sobre a escolha de AJ Dillon.

Outro ponto respondido com firmeza foi sobre a filosofia do ataque de Green Bay. Perguntado sobre a escolha de AJ Dillon e como isso poderia impactar na identidade do ataque dos Packers, ele foi firme ao dizer que não pensa em mudar a forma de trabalho. Finalizou dizendo que pretende continuar a ter um ataque balanceado e utilizar todas as ferramentas possíveis para ter um ataque imprevisível.

“Seja uma esponja. Ele está tendo uma grande oportunidade de aprender com um dos melhores que já jogaram.”

Nathaniel Hackett sobre o que ele espera de Jordan Love.

Sobre a relação entre Rodgers e Love e as expectativas para Jordan Love, ele foi claro ao dizer que espera que Love consiga absorver bastante coisa de Aaron Rodgers. Ainda sobre os quarterbacks, foi perguntado a respeito um possível balanço entre a busca pelas vitórias e o aprendizado de Love. Hackett foi firme ao afirmar que o objetivo principal é conseguir vitórias a cada semana, que o aprendizado de Jordan é importante, mas os resultados são a prioridade.

Durante a entrevista, foi citada a chegada de Devin Funchess e Josiah Deguara. Sobre Funchess, o coordenador disse que está muito animado com sua chegada e espera conhecê-lo verdadeiramente para saber onde ele deve se encaixar melhor. Sobre Deguara, ele pontuou que representa versatilidade e que: “Isso é o que você quer em um ataque”.

Opinião sobre a entrevista:

Ainda que a escolha de Jordan Love na primeira rodada do draft tenha causado grande impacto em tudo que ronda os Packers, a entrevista abordou pontos que, ao meu ver, são mais importantes do que a figura de um jogador específico. Hackett conseguiu falar sobre todos os aspectos importantes do ataque de Green Bay.

Como ponto mais importante da entrevista, elegi a fala dele sobre não ter intenção de transformar o ataque dos Packers em um ataque predominantemente terrestre. Isso seria inadmissível. Enquanto Aaron Rodgers vestir as cores verde e dourado, todos devem lembrar da grandiosidade dele como quarterback.

Por fim, como expectativas para o ataque na próxima temporada ressalto a chagada de Devin Funchess, que tem uma missão importante no fortalecimento do corpo de recebedores. É muito importante também que a linha ofensiva se solidifique e possa proteger Rodgers. Como ultima expectativa, fico com o desejo de que Jordan Love aprenda muito, mas se mantenha como backup.

  • Entrevista de Shawn Mennenga, Coordenador do time de especialistas:

Pouco mais curta, porém tão importante quanto as outras, tivemos a entrevista de Shawn Mennenga, coordenador do time de especialistas. Nesta entrevista, ele abordou tópicos, sendo os principais: Mudança de regra, desenvolvimento de líderes no time de especialistas e postura esperada para 2020. Ele falou ainda individualmente de vários jogadores sobre os quais ele tem expectativas.

“O que quer que eles decidam, nós vamos nos adaptar.”

Shawn Mennenga Sobre possível mudança de regra.

Sobre a possibilidade da mudança de regra que influencia na utilização de onside kicks, Mennenga afirmou que seja lá o que for decidido, a equipe estará pronta para se adaptar. A regra será votada no dia 28 deste mês e, para ser aprovada, precisa de 24 votos positivos. Por ser uma regra que causaria uma mudança um pouco drástica, parece ser algo distante, o que talvez tenha dado tranquilidade para que o coordenador tome esta postura despreocupada.

Quando perguntado sobre a ascensão de líderes no time de especialistas, ele apontou Will Redmond e Allen Lazard como jogadores que tiveram boa temporada em 2019, mas colocou Redmond como “especialmente promissor”. Cabe ressaltar que ambos os jogadores, assim como boa parte dos especialistas, desempenham funções também fora do time de especialistas.

“Nosso mantra é agressividade sem cometer faltas.”

Shawn Mennenga sobre expectativas.

Sobre expectativas para o time de especialistas, ele foi categórico ao afirmar que espera que o time seja extremamente agressivo, mas não se torne um time faltoso. Comentou ainda a chegada de Tyler Ervin, que segundo Mennenga é uma grande adição, não só como especialista, mas também para o time ofensivo.

Sobre os rookies, o coordenador afirma que eles têm boas características, seja do ponto de vista mental, seja do ponto de vista físico. Ele pontuou ainda que está feliz com o progresso de Hunter Bradley e JK Scott (long snapper e punter, respectivamente), comentou que ambos precisam de mais consistência, mas fez questão de expor que acredita que JK Scott tenha “todo potencial do mundo”.

Opinião sobre a entrevista:

Mennenga foi correto ao afirmar que espera uma agressividade “consciente” por parte de seu elenco, afinal, é isso que de fato todos esperam. O grande ponto da entrevista ficou por conta da possível mudança de regra. O excesso de confiança mostrado por ele com esta resposta pode se tornar um problema caso as adaptações necessárias não ocorram bem.

No que tange às expectativas para o time de especialistas, me reservo a concordar com Mennenga. Que sejam sempre agressivos, mas além de evitar as faltas, se mantenham saudáveis, pois são jogadores que eventualmente farão falta não só no time de especialistas, mas em outros setores também.

Tendo sido expostas pelos coordenadores às suas posições, podemos começar a imaginar como cada setor do time deverá de portar. Se as coisas acontecerem como os coordenadores esperam, as possibilidades de um temporada satisfatória podem aumentar. Por outro lado, a medida que os anos passam e a idade de Aaron Roders avança, podemos considerar uma temporada satisfatória somente a conquista de mais um Super Bowl, o que não é uma tarefa fácil, já que os reforços que mais precisamos não vieram. Resta torcer para que a situação se normalize, assim poderemos acompanhar o training camp mais de perto e ter uma noção real de como os reforços vão auxiliar o time.

Fonte: Reprodução Twitter Oficial / Green Bay Packers.

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