(Reprodução: Site Oficial/Green Bay Packers)
QUEIJOS E QUEIJAS!
O Packers viajou até o Missouri para enfrentar o Kansas City Chiefs no GEHA Field no último domingo e saiu derrotado por 13 a 7. Com Jordan Love fazendo seu primeiro jogo como titular na NFL, o QB foi pressionado em vários momentos e não conseguiu mover as correntes tão bem quanto a torcida esperava. Apesar de limitar o Chiefs a uma pequena pontuação, não conseguimos voltar para casa com a vitória. Vamos falar aqui sobre o que deu certo e o que deu errado na tarde/noite em Kansas City. BORA LÁ!
1) O principal responsável pela derrota é Aaron Rodgers.
Não há como não pensar que se o camisa 12 estivesse em campo a história do jogo seria completamente diferente. E só aconteceu devido a imensa irresponsabilidade do quarterback de Green Bay. Fora não se vacinar e pôr em risco não só a si mesmo como seus companheiros de equipe, staff e quem mais ele conviva, Rdogers pode ter colocado em cheque a seed #1 do Packers na NFC, que significa uma importante semana de descanso na pós temporada. Sem contar todos os problemas que sua fala na última sexta-feira (05) no Podcast de Pat McAfee trazem a tona. Rodgers descredibilizou a ciência, não se consultou com o médicos da liga, quebrou protocolos estabelecidos - que foram aceitos por ele como membro da associação de jogadores da liga - e é claro, sabendo que poderia descafalcar o time por 10 dias, não sei cuidou e foi para festa durante o Halloween. Passou uma péssima imagem para aqueles que veem no camisa 12 uma inspiração, especialmente os mais jovens. Caso vacinado, ele não teria que ficar os 10 dias obrigatórios afastado e teria uma chance maior de jogar.
Dentro de campo, estávamos vendo um Rodgers cada vez mais a vontade e criando excelentes conexões com seus recebedores. A pausa obrigatória de 10 dias para não vacinados tirou ele do jogo de ontem e ainda existe a chance de perder o jogo contra o Seahawks, que já confirmaram o retorno de Russel Wilson. Caso o camisa 12 entre em campo, como será seu desempenho, tendo em vista esse tempo sem treinos e repetições com o time titular? São questões a serem pensadas e colocadas integralmente nas costas de Rodgers.
2) Ah o nosso Special Team...
Nada mais nada menos que 9 pontos estão na conta do nosso time de especialista. 6 no ataque, com os dois field goals desperdiçados por Mason Crosby, e 3 pontos do Chiefs que vieram depois de um punt que encostou em um jogador do Packers e foi recuperado pela equipe da casa.
Nós já comentamos o quanto a unidade do Packers estava performando mal e que a qualquer momento esse desempenho poderia custar vitórias ao time. Pois bem, ontem foi o dia. O jogo terminou com 6 pontos de diferença.
3) Sim, temos uma defesa.
É torcedor, depois de anos sofrendo sinto que finalmente temos uma defesa em que podemos confiar. O desempenho, que tem melhorado semana após semana, teve mais um dia bastante inspirado ontem. O ataque comandando por Patrick Mahomes teve um total de 237 jardas, o menor número em toda a Era Mahomes pelo Chiefs. Em três oportunidades a defesa comandada por Joe Barry forçou Kansas City a chutar o punt após apenas três jogadas. Para se ter noção desse feito, em todos os outros oito jogos da temporada somados isso só aconteceu três vezes.
Vale destacar que isso tudo aconteceu com várias peças fora por conta de lesão. Além das já conhecidas perdas de Jaire Alexander e Za'Darius Smith, o Packers também ficou sem o novato Eric Stokes e Kenny Clark durante a partida. Além de Devondre Campbell, eleito melhor defensor do mês na NFC em outubro, e que tem jogado a nível All-Pro, Krys Barnes fez uma partida excelente, Rashan Gary forçou diversas pressões - e um sack - em cima de Mahomes e a secundária fez ótimo trabalho parando Tyreek Hill e companhia. Temos que ressaltar que o trabalho de Joe Barry, apesar do que aconteceu na semana 1, merece elogios.
4) Jordan Love e a metáfora do copo pela metade
Mais do que vencer ontem o que a torcida do Packers realmente queria ver era como Jordan Love se portaria em campo pela primeira vez num jogo de NFL. O contexto era longe do ideal: Fora de casa, num dos estádios mais barulhentos e hostis de toda liga e numa semana onde o foco foi sempre as controvérsias em torno do QB titular da franquia.
Dessa forma, o QB terminou a partida com 19 passes completos de 34 tentados, 190 jardas, 1 touchdown e 1 interceptação. Ele ainda correu para 23 jardas em 5 oportunidades, dando a ele um rating de 69.5.
A estreia de Jordan Love se encaixa perfeitamente na metáfora do copo pela metade e cabe a cada um focar no que mais lhe interessa.
O copo meio cheio: Como já dito, Love enfrentou um ambiente extremamente adverso para estrear na NFL. Um time que é bi campeão da AFC e foi campeão do Super Bowl há duas temporadas não se esqueceu como vencer jogos. Ele conseguiu distribuir a bola entre seus recebedores (os quais ele só passou a treinar de fato na quarta feira), fez bons passes fora do pocket e correu quando necessário para ganhar jardas com as pernas. Tudo isso tendo muito pouco tempo no pocket, visto que a linha ofensiva fez um trabalho péssimo no jogo do domingo e facilitou muito o trabalho da defesa dos Chiefs nesse quesito. Para se ter noção, o QB foi pressionado em 49% (!!!) dos snaps que saiu para lançar passes. Com tudo isso, não fossem os problemas crônicos do Special Team, o camisa 10 tinha boas chances de sair com a vitória do GEHA Field.
O copo meio vazio: Péssimas leituras especialmente contra blitz, passes bastante contestáveis e perigosos. Love chegou a NFL com uma característica em destaque que era o seu braço forte. Tal qualidade pouco foi explorada no jogo, tendo em vista que o único passe longo completo foi para Randall Cobb numa jogada de improviso. Depois de um ano e meio sendo lapidado pela comissão técnica de Matt LaFleur, esperava-se uma exibição mais consistente dele, especialmente sendo um quarterback escolha de primeira rodada de Draft.
5) Mais do que nunca, precisamos de David Bakhtiari
Claro que todo time sentiria falta de um jogador All Pro lesionado, e nos Packers não é diferente. David Bakhtiari faz sim muita falta e seu retorno é imprescindível para as ambições do Packers olhando para o futuro da temporada. O jogo deste domingo só foi mais uma prova disso. A tarde/noite de toda a linha ofensiva foi para se esquecer, em especial a dupla Lucas Patrick e Royce Newman. Foram muitas blitzes mandadas pela defesa do Chiefs e a OL não suportou. Mesmo quando a pressão vinha apenas com 4 jogadores, o pocket entrava em colapso.
No final do jogo, LaFleur admitiu a culpa por não ter feito os ajustes necessários, mas a verdade é que a volta do nosso melhor jogador de linha já seria um grande avanço para uma melhor proteção ao QB, seja Love ou Rodgers. Precisamos do camisa 69 de volta o quanto antes.
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