O problema do Packers de 2023 não é “ser jovem”.

Nas primeiras seis semanas da temporada, Jordan Love teve uma média de 9,9 jardas aéreas por tentativa de passe. O Packers não é top10 em várias métricas quando têm pelo menos uma jogada explosiva em uma campanha.

Nas primeiras 15 jogadas ofensivas do jogo, o Packers fica em 28º lugar ou pior em várias métricas ofensivas importantes.

No início do primeiro quarto do jogo da semana 7 contra os Broncos, a equipe de transmissão de Kevin Harlan e Trent Green mencionou que em suas entrevistas do dia anterior ao confronto com o QB Jordan Love, ele mencionou que seu objetivo era “encontrar alvos e completar passes fáceis”. Este parecia ser um código para lançar passes mais curtos com maior probabilidade de serem pegos.

Instantaneamente no dia seguinte isso foi um completo desastre, porque não estaria atacando a maior fraqueza da defesa do Broncos. Mas vamos primeiro começar com onde o Packers estava antes do jogo no Colorado.

Nas primeiras seis semanas da temporada, Jordan Love teve uma média de 9,9 jardas aéreas por tentativa de passe. Maior marca de toda da NFL, sendo o QB que tinha maior número de jardas que a bola percorrida em média para cada tentativa de lançamento.

O Packers lançou no fundo do campo (mais de 15 jardas aéreas) em tamanha quantidade, que ocupam a 5ª posição da NFL no questo. Porém simplesmete enfrentaram defesas que tiveram um desempenho muito bom versus passes profundos.

  • Saints, 2ª melhor.
  • Raiders, 9ª melhor.
  • Lions, 14ª melhor.
  • Falcons, 15ª melhor.

Então lançar em profundidade quando você finalmente joga contra um time que é ruim contra passes profundos é uma boa estratégia, não é? E o único time que os Packers jogaram que estava abaixo da média em relação a passes profundos foi o Bears: o terceiro pior time neste quesito.

Nesse jogo, Love acertou 3 de 6 para 85 jardas (14,2 YPA) e +1,03 EPA/att ao arremessar em profundidade. Esse foi um jogo da semana 1 em que o Packers estava muito desfalcado no corpo WR.

Agora, pulemos para o plano de jogo do Packers para o jogo da Semana 7 contra o Broncos.

Finalmente, depois de semanas jogando defesas extremamente boas contra passes profundos, o Packers enfrenta um time que era ruim neste aspecto, um dos piores.

Denver era a 31ª na defesa de passes profundos. O time do Colorado estava permitindo 16,9 YPA (31ª), +1,17 EPA/att (31ª) e 64% de passes completos (30ª) para mais de 15 jardas. A média da NFL é de 11,4 YPA, +0,35 EPA/att e 42% de passes completos.

Uma margem de 22 pontos percentuais abaixo da média (64% vs 42%) é enorme.

Green Bay teve DUAS SEMANAS para definir seu plano de jogo. Matt LaFleur deveria ter visto e entendido o quão péssimos o Broncos estava defendendo esses passes, a comissão técnica de Green Bay deveriam ter AO MENOS TENTADO tirar vantagem disso no início do jogo.

No entanto, eles escolheram fazer exatamente o OPOSTO.

No primeiro tempo do jogo, em 13 tentativas de passe, Love teve média de apenas 2,4 jardas aéreas. Em 13 tentativas, Love lançou apenas UMA TENTATIVA que percorreu mais de 4 jardas no campo.

Somente uma tentativa para mais de 4 jardas?!

Isso foi sim planejado por Matt LaFleur durante a semana de folga. Ele achou mesmo que seria interessante reduzir a profundidade dos passes na esperança de aumentar a taxa de conclusão. E de alguma forma essa compensação lhes daria uma chance melhor de vencer os Broncos.

Ele, Matt LaFleur, tomou essa decisão, apesar de jogar a defesa nº 31 contra passes profundos.

Jogadas explosivas ganham jogos!

Quando o Packers têm 0 jogadas explosivas em um drive e seu ranking na NFL:

  • 0,98 pontos por drive (nº 16)
  • 18% dos drives resultam em pontos (nº 20)
  • 16% dos drives alcançam as últimas 20 jardas do campo (red zone) (nº 19)
  • 51% dos drives que resultam em um punt (#20)

Quando os Packers têm pelo menos 1 jogada explosiva em um drive e seu ranking na NFL:

  • 4,53 pontos por drive (nº 5)
  • 80% dos drives resultam em pontos (nº 7)
  • 67% dos drives alcançam as últimas 20 jardas do campo (red zone) (#6)
  • 0% dos drives que resultam em um punt (#1)

Sair de 20º para o 7º lugar em termos de pontuação.
Sair de 20º para o 1º lugar em taxa de punt.

Isso com apenas 1 jogada explosiva em um drive.

E ainda assim, com duas semanas para se preparar para o Broncos, os Packers optaram por jogar bola pequena. Eles optaram por lançar a bola a apenas 2,4 jardas do campo. Eles optaram por não caçar jogadas explosivas.

O que aconteceu com o "play action", um dos pontos mais fortes do Packers?

Antes de enfrentar o Broncos, as três defesas anteriores que os Packers enfrentaram foram classificadas em 8º (DET), 15º (LV) e 16º (NO) contra play action. Já o Broncos fica em 31º lugar na temporada contra este tipo de ação ofensiva.

A última vez que o Packers jogou com defesas abaixo da média vs play action foram nas semanas 1 e 2, quando atuou contra os Bears (26ª) e o Falcons (28ª). Esses foram os únicos jogos em que o time de Green Bay marcou mais de 24 pontos na temporada.

Love teve média de +0,64 EPA/att contra o Falcons em 10 dropbacks de play action e +0,27 EPA/att contra os Bears em 8 dropbacks de play action. No jogo anterior do Broncos contra o Chiefs, o time do Colorado permitiu 5 de 7 para 100 jardas (14,3 YPA) e +0,58 EPA/att quando Kansas City usou play action.

O Packers estava usando play action de tal forma a ser o sexto time no quesito e finalmente foram capazes de jogar uma defesa terrível neste sentido. E ainda assim, no primeiro tempo contra o Broncos, o time usou apenas 4 vezes.

Na derrota contra o Broncos, observe a diferença do Packers ao usar play action:

Com ação de jogo: +0,94 EPA/att, 60% de sucesso, 9 de 9 (100% comp), 10,0 YPA
Sem ação de jogo: -0,02 EPA/att, 38% de sucesso, 12 de 22 (55% comp), 4,1 YPA

O Packers teve basicamente duas semanas de folga para observar o Broncos e desenvolver um plano de jogo…então decidiram não usar play action no primeiro tempo, o que é absolutamente desconcertante.

Simplesmente não faz sentido.

Na temporada, a única vez que o Packers usou menos play action no primeiro tempo foi no jogo contra os Lions, que ocupa o segundo lugar em defesa vs play action. Então isso fazia sentido.

Mas o Broncos? Eles não eram os 2º melhores na NFL como o Lions, era literalmente o 2º pior na NFL. E usando play action apenas quatro vezes em todo o primeiro tempo?

Inaceitável.

Importância de construir uma liderança rápida:

Se alguém deveria saber a importância de construir uma rápida liderança no placar, esse alguém é Matt LaFleur. Desde que ele assumiu o comando de Green Bay em 2019, o Packers está 34-6 (86%) quando lideram no intervalo.

E ao perder no intervalo? O Packers têm 11-18 (38%).

Por que o Packers implementaria uma estratégia no primeiro tempo que neutralizasse especificamente a sua própria capacidade de criar vantagens ao não tentar ser explosivo nem usar play action???

Principalmente porque os Broncos eram uma defesa absolutamente terrível contra passes profundos (31ª) e contra play action (31ª).

O Packers não está sendo dominado e perdendo jogos por falhas de execução POR CAUSA de sua juventude, mas o fator "erros por inexperiência" está sendo amplificado à máxima potência por conta de estratégias erráticas, confusas e sem percepção do que o time precisa a cada jogo. Colocar jovens a fazer coisas absolutamente sem sentido, jogada após jogada, com certeza culminará em erros gritantes de execução.

O plano de LaFleur para o time tem sido ruim horrível. Jordan Love estar num momento ruim, jogando mal, é o menor dos problemas, pois o treinador está colocando seu QB de primeiro ano nas piores situações possíveis!

O time de Green Bay é o mais jovem da NFL com uma média de 25 anos. O Chiefs tem uma média de idade 5 meses a frente do Packers, com 25,5 anos de média do seu elenco.

Temos a chance de mudar contra o Vikings. Eis o jogo da redenção da comissão técnica.

Warren Sharp
Editor-chefe e analista de dados no portal Sharp Football

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