QUEIJAS E QUEIJOS!
A temporada regular de 2011 foi mágica para Green Bay em vários aspectos. Campanha quase perfeita pós conquista do Super Bowl, maior produção ofensiva da história da franquia e primeiro ano de MVP de Aaron Rodgers.
Porém, existiu outro motivo muito inusitado - e tão histórico quanto - do porque esse ano foi tão diferenciado em questão de emoção. Uma das melhores partidas já jogadas por um quarterback na história da franquia; E não, não foi Aaron Rodgers!
Contexto
Na semana 17, o Packers já estava com a seed 1 completamente garantida com um record 14-1, assim como o Lions também já estava garantido nos playoffs com uma campanha 10-5. Com resultado disso, o time de Wisconsin poupou alguns de seus principais jogadores, entre eles Charles Woodson, Clay Matthews, Greg Jennings e obviamente, o quarterback e MVP da temporada Aaron Rodgers.
Mas para o Lions o jogo valia bastante, pois existia a possibilidade deles conseguirem ser o seed 5 e quem sabe a chance de jogar em casa nos playoffs, e quando foi noticiado de maneira oficial a ausência de algumas estrelas do Packers, o confronto passou a ser ainda mais importante para o time de Michigan.
No lugar de Rodgers, seu substituto foi Matt Flynn, reserva desde 2008 quando foi draftado. Até então, ele só havia iniciado em dois jogos (duas derrotas), somando três touchdowns, duas interceptações e 82 de rating. Não são números horríveis, mas também não muito animadores.
O jogo perfeito
Como todos já sabiam por causa das ausências, foi um confronto extremamente complicado e equilibrado. O que não era esperado era o perfil de tiroteio que o jogo teria, especialmente porque dificilmente o Packers iria conseguir acompanhar, mas Matt Flynn provou o contrário.
Foram espetaculares 31 passes completos de 44 tentados, 480 jardas aéreas, seis touchdowns e apenas uma interceptação, com um rating chegando a de 136.4. Para efeitos de comparação, o quarterback adversário Matthew Stafford também teve um excelente jogo com cinco touchdowns, duas interceptações, 520 jardas aéreas e um rating de 103.
Calvin Johnson, principal wide receiver de Detroito, finalizou a partida com 244 jardas recebidas, sua segunda melhor parida na carreira. Pelo lado do Packers, Jordy Nelson foi o principal alvo de Flynn, com 162 jardas recebidas e três touchdowns.
E não foi apenas a quantidade absurda de touchdowns e jardas, e sim a qualidade de decisão em momentos complicados. Faltando dois minutos para acabar o jogo, o Green Bay perdia por 41 a 38.
Matt Flynn liderou uma campanha de sete jogadas, 75 jardas e finalizada com o touchdown da vitória, talvez a melhor campanha do jogo, com apenas dois passes incompletos.
A consequência
Pouco mais de dois meses após sua partida perfeita contra o Lions, Flynn assinou com o Seattle Seahawks por três anos, no valor de U$21 milhões, o que na época, para um jogador que havia sido titular apenas três vezes na carreira e vencido apenas um desses jogos, era um excelente valor.
A ideia era ele ser o titular do time, mas como muitos já temiam, o jogador não conseguiu manter o ritmo espetacular e mesmo antes da temporada começar, o calouro Russell Wilson já havia tomado seu lugar como titular no time.
Flynn seria trocado para o Raiders na temporada seguinte e começaria então a passar de times em times (inclusive uma segunda passagem em Green Bay) até terminar sua curta carreira em 2015, no New Orleans Saints.
Um dos casos mais curiosos na história recente do Packers, o quarterback que fez uma partida perfeita e conseguiu garantir o seu contrato para depois nunca mais ser consistente e confiável novamente.
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